O mundo da moda parou para assistir à estreia de Alessandro Michele como diretor criativo da Valentino. Após anos de sucesso à frente da Gucci, o universo da alta-costura ganhou novos contornos com a estreia de Alessandro Michele com a sua primeira coleção para a maison italiana, intitulada "Vertigineux" — uma palavra que, em português, significa "vertiginoso" - . A escolha do nome já antecipava o que se viu na passarela: uma experiência sensorial intensa, repleta de emoção, drama e um mergulho profundo no maximalismo poético que consagrou Michele.
A Reinvenção da Elegância Valentino
Conhecido por sua visão excêntrica e maximalista durante seu período na Gucci, Alessandro Michele trouxe para a Valentino uma abordagem que desafiou o tradicional romantismo sofisticado da maison. No entanto, em vez de quebrar completamente com a herança de Valentino, Michele fez uma releitura ousada, mesclando elementos históricos com uma estética vertiginosa que flerta com o surreal.
O nome "Vertigineux" não foi escolhido por acaso. A coleção é uma celebração da beleza avassaladora, da emoção intensa e da sensação de estar à beira de um abismo. Michele trouxe para as passarelas uma narrativa que mistura romantismo, drama e exuberância, características que já são sua assinatura, mas agora reinterpretadas sob a ótica da Valentino.
Cada peça da coleção foi pensada para provocar uma sensação de vertigem, seja através de volumes exagerados, detalhes meticulosos ou combinações de cores surpreendentes. Michele explorou a dualidade entre o clássico e o contemporâneo, criando looks que são ao mesmo tempo atemporais e ousados.
Michele propôs uma reflexão sobre a importância de não nos conformarmos com padrões previsíveis. A moda, para ele, é uma plataforma para se expressar sem medo. Em tempos de minimalismo funcional, o maximalismo dramático dessa coleção foi um lembrete poderoso de que a arte não precisa ser contida e que as histórias da suas coleções é um manifesto sobre liberdade criativa e a recusa em se conformar com padrões, que há beleza e arte no exagero, e que suas peças não pedem desculpas por serem extravagantes; ao contrário, exigem ser vistas e celebradas.
O Drama Poético de Michele
O desfile não foi apenas uma apresentação de moda, mas uma performance visual onde cada look contava uma história carregada de simbolismos. A escolha por elementos maximalistas não se tratou apenas de estética, mas de uma afirmação: a moda pode (e deve) ser um espaço de liberdade criativa.
- Silhuetas Dramáticas
Michele apostou em volumes exagerados, volumosos com estruturas arquitetônicas imponentes, muitas vezes com caudas infinitas e drapeados esculturais, vestidos bufantes e casacos amplos, que criam uma sensação de movimento e fluidez.
- Detalhes Meticulosos
Bordados intrincados, aplicações de pérolas e rendas delicadas foram usados para adicionar camadas de sofisticação às peças. Texturas Ricas, foram amplamente explorados, criando uma sensação de movimento e profundidade.
- Cores Vibrantes e Contrastantes
A paleta de cores inclui desde tons terrosos e neutros até vermelhos intensos - uma assinatura da Valentino - se fundiram com paletas inesperadas, como azuis profundos e verdes esmeralda, criando um jogo visual hipnotizante.
- Referências Históricas e Artísticas
Michele mergulhou no arquivo da Valentino, resgatando elementos icônicos da Maison, mas com uma abordagem contemporânea. Além disso, referências à arte barroca e ao romantismo do século XIX estão presentes em detalhes como babados, laços e drapeados.
- Acessórios Ousados e surrealistas
Máscaras ornamentais, chapéus extravagantes, luvas longas e sapatos com detalhes surreais completam os looks, reforçando a narrativa de excesso e drama, transportando o público para um mundo onírico, desafiando as noções convencionais do belo.
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